Sistema intercomunicante provoca resultados mais verossímeis em pesquisas laboratoriais com animais

Pesquisador da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP desenvolveu módulos interligados para estudos comportamentais em animais. O sistema permite que animais convivam entre si e possuam uma diversificação, assim como está presente na natureza. O novo equipamento, também, reduz as complicações causadas pela “gaiola normal”, que são utilizadas na maioria das pesquisas atuais.

De acordo com o pesquisador do projeto, Carlos de Paula Portela, as caixas padrão constroem um comportamento muito destoante do que a ecologia estuda porque promovem pouca movimentação animal. “Quando os animais são criados da mesma forma, eles não desenvolvem naturalmente aquilo que seu material genético determina, eles não desenvolvem hierarquias. O efeito do fármaco então é muito semelhantes entre eles.” concluiu.

Os módulos são formados por diferentes pavimentos e andares que permitem aos animais se deslocarem e interagirem em comunidades. Isso provoca estímulos diferentes em cada animal, individualizando a comunidade, o que altera o efeito do fármaco em cada um deles.

“Eu percebi que justamente quando o animal se aproxima mais de sua constituição genética e biológica, o efeito dos fármacos é muito mais fidedigno em relação às diferenças individuais de cada um” afirmou Carlos de Portela.

A disposição modular foi desenvolvida para pesquisas que possuem foco em estudos comportamentais em animais. Porém, ao longo do tempo, Carlos Portela percebeu que poderia ser utilizado pelo segmento PET, porque o sistema gera bem-estar aos “bichinhos”. “ O equipamento pode ser usado para provocar maior estimulação em animais de estimação. Chamam isso de enriquecimento ambiental, sensorial. O que é perceptível na forma de exercícios e na melhora da qualidade de vida e bem-estar animal” concluiu.

O estágio de desenvolvimento do projeto está em fase de protótipo, protegido por patente sob o número PI 0802347-6.

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