Cocoatech Innovation Day apresenta solução para crise do cacau desenvolvida na USP

Pesquisa foca em sustentabilidade e viabilidade industrial

Grupo de pesquisa da professora Suzana Lannes e representantes da GrowinCo. e da AUSPIN – Foto: Julia Martins/AUSPIN

Na última sexta-feira (27), aconteceu o Cocoatech Innovation Day, parceria entre a Agência USP de Inovação e a GrowinCo., plataforma que oferece soluções para empresas de bens de consumo embalados. O evento, realizado no auditório do Inova USP, apresentou uma tecnologia disruptiva desenvolvida por pesquisadores da USP para solucionar a crise do mercado de cacau.

Panorama geral

A iniciativa contou com a presença de especialistas do setor produtivo do chocolate de diversas empresas e a abertura foi de Raphael Traticoski, CEO da GrowinCo. Ele apresentou o mercado mundial do cacau, dominado por Gana e Costa do Marfim, responsáveis por cerca de 70% da produção.

Raphael Traticoski é CEO da GrowinCo., empresa que oferece uma plataforma de comanufatora para empresas CPG – Foto: Julia Martins/AUSPIN

Nos últimos anos, o mercado enfrenta uma queda de produção, causada pela crise climática, proliferação de doenças nas plantações (como a vassoura-de-bruxa) e o uso de práticas agrícolas sustentáveis. O preço do cacau atingiu níveis recordes e chegou a se tornar a commodity mais cara do mundo em 2024 e a disponibilidade de chocolate diminuiu pela diminuição de produção nas safras.

Oportunidade e inovação

Uma das possíveis soluções para o problema é o uso de substitutos, abordagem adotada na pesquisa liderada pela professora Suzana Lannes. A composição alimentícia foi desenvolvida na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP com a participação dos pesquisadores: Raul Santiago, Paulo Santos, Cristina Kaori, Gabriel Matavelli e Antonio Domenico.

A inovação utiliza subprodutos agroindustriais para desenvolver uma formulação em pó que substitui a massa de cacau tradicional. A nova formulação permite a produção de chocolates com características sensoriais semelhantes ao chocolate ao leite, mas com maior teor de fibras e nutrientes. “Essa solução permite a produção de chocolates mais sustentáveis e acessíveis”, afirmou Suzana Lannes.

Foto: Julia Martins/AUSPIN

Por Julia Martins*
Estagiária sob supervisão de Ronaldo Nina

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