Produção em massa de eletrodos é inovação nas indústrias

Novo método contribuirá para a construção de aparelhos eletronicamente flexíveis

Pesquisadores da Universidade de São Paulo patentearam recentemente um método capaz de construir eletrodos montáveis, que surpreende por conta do baixo custo e da grande produção. O método desenvolvido serve para um setor científico e tecnológico emergente: a eletrônica flexível.

O eletrodo é uma parte condutora de eletricidade capaz de colocar ou retirar sinal de um dispositivo. Para serem utilizados em sensores e biossensores eles precisam ter uma excelente condutividade elétrica.

Os eletrodos podem ser utilizados em línguas eletrônicas e sensores (Foto: Deivy Wilson).

Sendo uma tecnologia usada na fabricação de circuitos eletrônicos, a eletrônica flexível faz grande uso de eletrodos para a montagem de dispositivos eletrônicos revestidos com plásticos flexíveis.

O grande desafio na produção do material era torná-lo barato e escalável.“Conseguimos produzir centenas de eletrodos de uma única vez, em um processo de laboratório, sem nenhuma otimização da indústria”, afirma o professor Osvaldo Novais.“Na indústria o processo pode ser feito com rapidez imensa, produzindo milhares e milhares de eletrodos”.

O processo de impressão dos eletrodos funciona similarmente à um processo de gravura, tendo como base a Serigrafia – impressão em tela. A metodologia também reduziu a contaminação durante o processo de fabricação. “Foi o método com custo muito baixo, usando para isso uma das técnicas mais simples”, relatou Osvaldo Novais.

O método faz uso de impressões sucessivas, que permite a construção de eletrodos em materiais diferentes, sendo que a impressão de um eletrodo não altera o funcionamento de outro. A vantagem: uma maior versatilidade, que permite o funcionamento em grandes temperaturas – algo inovador dentro da eletrônica flexível.

A produção de um eletrodo não afeta o outro (Foto: Deivy Wilson).

“Enzimas ou biomoléculas usadas nas impressões não suportam grandes temperaturas, que costumam alterar as propriedades das moléculas”, exemplificou Osvaldo Novais. “Com o procedimento que criamos, nenhuma dessas desvantagens são apresentadas, que gera maior versatilidade para os eletrodos  desenvolvidos”.

Para aumentar ainda mais a versatilidade, o processo permite que haja um tratamento individualizado de cada eletrodo após a construção em única estrutura elétrica. No final, os eletrodos podem ser utilizados tanto em circuitos flexíveis quanto nos rígidos, o que torna o método mais interessante para a indústria.

De acordo com Osvaldo, a produção em grande quantidade de eletrodos para línguas eletrônicas, sensores e biossensores foi testada e comprovada. A ideia é que o novo método sirva na indústria para desenvolver outros equipamentos eletrônicos.

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