Conheça a AUSPIN: O que é Transferência de Tecnologia?

A transferência de tecnologia desempenha um papel crucial no avanço da sociedade, impulsionando a inovação, o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. Esse processo envolve a troca de conhecimento, habilidades, processos e produtos entre diferentes entidades, como universidades, empresas e instituições de pesquisa. Parte importante da ação da Auspin, continue lendo para saber mais sobre a transferência de tecnologia criada em universidades, projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, bem como a importância da inteligência competitiva nesse contexto.

 

Universidades e Transferência de Tecnologia

As universidades desempenham um papel fundamental na geração e transferência de tecnologia, que ocorre quando as descobertas e inovações desenvolvidas por pesquisadores e acadêmicos são aproveitadas para aplicações práticas e comerciais. No Brasil os principais atores que fazem ciência são as universidades e centros de pesquisa públicos, sendo a USP a principal delas na América Latina. Nesse sentido, as empresas que querem fazer ciência e gerar inovação no Brasil certamente irão desenvolver projetos de pesquisa em colaboração com uma universidade e/ou centro de pesquisa público.

 

Uma forma comum de transferência de tecnologia criada em universidades é por meio de parcerias com empresas e empreendedores. As universidades podem licenciar tecnologias patenteadas para empresas, permitindo que estas as incorporem em produtos e processos. Além disso, algumas universidades possuem escritórios de transferência de tecnologia dedicados a facilitar esse processo, ajudando a conectar pesquisadores e empresas interessadas em suas inovações.

 

Projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I)

Os projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação desempenham um papel crucial na geração de novas tecnologias e na sua subsequente transferência para o mercado. Por meio de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (PD&I), inúmeras inovações surgem, potencialmente impulsionando avanços em diversas áreas, como saúde, energia, manufatura e sustentabilidade ambiental. A inovação aberta, open inovation, é sem dúvida uma necessidade aos negócios de sucesso e a realização de projetos PD&I, com a participação de diversos atores é uma das formas de fazer acontecer a inovação aberta no mundo. A transferência de tecnologia proveniente de projetos PD&I muitas vezes é viabilizada por meio de colaborações entre instituições de pesquisa, empresas e agências governamentais.

 

Fomentar, facilitar e incentivar a ampliação do Projetos de PD&I realizados com parceiros externos é prioridade para nossa equipe. Na Auspin, esses projetos estão organizados em três pilares de ação:

  1. Prospecção de pesquisadores – O parceiro (EMPRESAS, ONGs, GOVERNO, etc.) apresentam demandas tecnológicas ou áreas de interesse, para juntos realizarmos: a) busca de grupos de pesquisa, b) chamadas e c) workshops com o objetivo de aproximar pesquisadores e parceiros para a construção de projetos;
  2. Negociação – Orienta, facilita e participa das negociações das parcerias, bem como da formatação dos instrumentos jurídicos (convênios/contratos) em harmonia com as normas da Universidade, quando provocada por pesquisador da USP ou pelo parceiro;
  3. Análise formal – Nos projetos com potencial de criação de Propriedade Intelectual é responsável por uma das instâncias formais, emitindo parecer sobre a adequação das cláusulas de propriedade intelectual, confidencialidade e exploração dos resultados em relação às normas da Universidade e ao interesse da sociedade.

 

Além disso, fazer com que os resultados das pesquisas cheguem ao mercado/consumidor é sem dúvida um grande desafio. Para isto, trabalhamos com:

  1. Análise – As PIs são analisadas tendo como referência o seu potencial de assimilação pelo mercado, com o objetivo de melhor organizar os esforços de divulgação e a identificação de possíveis parceiros;
  2. Marketing Tecnológico – É realizado um trabalho de construção de material de divulgação (flyer, anuário de patentes, vídeos, etc.), contato direto (e-mail, telefone, etc.) com parceiros potenciais e participação em feiras e eventos;
  3. Contrato – Negociação, construção de minutas e editais, acompanhamento e instrução de todo o processo interno da Universidade até a assinatura do contrato de exploração.
  4. Licenciamento – A Universidade de São Paulo licencia as tecnologias de sua Titularidade de duas formas:

a) Licenciamento exclusivo – é a modalidade de licenciamento em que a empresa detentora da licença é a única que pode explorar a patente ou parte desta de acordo com as condições acordadas em contrato.

b)Licenciamento não exclusivo – é a modalidade de licenciamento em que poderá existir mais de uma empresa detentora da licença de exploração da patente ou parte desta de acordo com as condições acordadas em contrato.

 

As modalidades de licenciamento “exclusivo” e “não exclusivo” são realizadas pela Agência USP de Inovação e seguem as normas existentes na LEI DE INOVAÇÃO – No 10.973, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004, com a publicação de edital em nossa página. Os editais são veículos formais para a divulgação de tecnologias de titularidade da USP disponíveis para comercialização.

 

Inteligência Competitiva

No contexto da transferência de tecnologia, a inteligência competitiva pode ajudar as empresas a identificar tecnologias emergentes, pesquisar a concorrência e avaliar as tendências do mercado, possibilitando uma melhor tomada de decisão. Além disso, a inteligência competitiva pode ser crucial para as universidades e instituições de pesquisa, ajudando a avaliar o potencial comercial de suas inovações, identificar parceiros estratégicos e compreender as demandas e necessidades do mercado. Isso pode aumentar a eficácia da transferência de tecnologia, facilitando a adoção de inovações por parte das empresas e impulsionando o progresso tecnológico.

 

A área de Inteligência Competitiva da AUSPIN tem por objetivo fornecer relatórios para tomada de decisão em diversos níveis, desde os pesquisadores, para a implementação de políticas de inovação e pesquisa e empresas que busquem parcerias para desenvolvimento de P&D.

 

É um grande diferencial para a Universidade possuir um setor que consiga desenvolver estudos que ofereçam informações de inteligência tecnológica e de mercado para as pesquisas em desenvolvimento. Essa é uma prática comum em escritórios de transferência de tecnologia de universidades referências mundiais, mas ainda incipiente no Brasil.

 

A área oferece:

  1. Levantamento do Estado da Técnica- Tem o objetivo de apresentar uma visão sintética do estado da técnica de uma tecnologia e indicação de principais stakeholders, se utilizando de bases de dados nacionais e internacionais. É uma etapa fundamental no início de pesquisas tecnológicas para verificação dos requisitos de novidade e atividade inventiva para um possível pedido de patente, sendo um importante instrumento para tomada de decisão maximalizando a aplicação de recursos.
  2. Análise de mercado – Tem o objetivo de apresentar um mapa mercadológico com a indicação de aspectos como: tamanho, concentração do mercado, distribuição geográfica e por nicho, principais stakeholders e principais rotas tecnológicas em determinado setor. É um importante instrumento para a identificação de potenciais empresas para exploração de tecnologias já desenvolvidas, na prospecção de parceiros para desenvolvimento de projetos de codesenvolvimento, bem como na decisão de empreender na geração de uma nova startup.
  3. Portfólio tecnológico das empresas – Tem o objetivo de apresentar uma visão sintética das rotas e do portfólio tecnológico de uma determinada empresa. As informações presentes neste relatório levaram em consideração dados das seguintes fontes: patentes, estudos clínicos para a área de saúde, dados institucionais, de produtos e relatórios setoriais. Com essa somatória de informações, pode-se inferir sobre o atual portfólio de projetos atuais e futuros e quais as áreas de interesse futuro das organizações, sendo também importante instrumento para a construção de projeto de codesenvolvimento de longo prazo e análise de concorrência ou potencial investidor no caso de startups.
  4. Análise mercadológica de pesquisas e tecnologias – Tem o objetivo de apresentar dados mercadológicos e de desenvolvimento de tecnologias, registradas ou não, da Universidade de São Paulo, demonstrando o potencial mercadológico dessas tecnologias. É um instrumento para a identificação de potenciais empresas para exploração de tecnologias já desenvolvidas e para a decisão de empreender para gerar uma nova startup.
  5. Prospecção de parceiros- Visa identificar projetos e pesquisadores que possam contribuir com projetos de interesse da indústria. Esse levantamento auxilia na identificação de profissionais que desenvolvem pesquisas nas áreas de interesse das empresas facilitando o desenvolvimento de parcerias entre universidade/empresas.

 

A transferência de tecnologia desempenha um papel crucial na inovação e no desenvolvimento econômico. A partir da transferência de tecnologia criada em universidades, projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, bem como da inteligência competitiva, as organizações podem colaborar para transformar descobertas e inovações em produtos e processos que beneficiam a sociedade como um todo. Ao facilitar a troca de conhecimento e tecnologia, a transferência de tecnologia continua a impulsionar avanços significativos em diversas áreas, possibilitando um futuro mais inovador e próspero para todos.