Oportunidade para estudantes da USP: saiba como foi o Desafio GRIDX

A atividade permitiu a estudantes explorarem ideias inovadoras com uma venture capital


Durante a Semana Global do Empreendedorismo, que ocorreu entre 13 e 18 de novembro de 2023, a GRIDX organizou na USP o Desafio GRIDX. Esse evento permitiu a estudantes de graduação e pós-graduação da USP a oportunidade de montar e apresentar um projeto de empreendedorismo para a GRIDX.  Ao longo da semana, as equipes foram mentoradas e tiveram à sua disposição palestras e contato com investidores de Venture Capital. Ao final do circuito, ocorreu uma premiação, com três grupos finalistas sendo julgados por três jurados. O projeto vencedor foi o
Xpellis, de Luís Bortolli e Iorrane Couto Fernandes. Os outros dois projetos finalistas foram Muongrafia, de Arthur Otoni, Daniel Santos e André Soares, e H2VA, de Thiago Giancoli Berto e Carlos Alberto Rossatto Junior.

Francisco Javier Salvatelli, Brasil Manager at GRIDX.

Em entrevista, os membros da Xpellis revelaram algumas perspectivas sobre como gostariam de se inserir no mercado médico-hospitalar. “Apesar de ser um mercado muito difícil e regulamentado, é um mercado pouco explorado. A gente tem uma gama de desafios, mas ao mesmo tempo a gente pode conseguir muitas coisas”. O projeto é focado sobretudo em exoenxertos mais baratos para vítimas de queimaduras, dilacerações e outras grandes rupturas no tecido epitelial. Esse foco tem por trás o pensamento de ampliar as possibilidades de tratamento. “Temos uma paixão pelo cuidado humano e pela medicina. Hoje em dia, as pessoas que têm cuidado adequado, infelizmente, são apenas as classes mais altas no nosso país. Acho que a gente conseguiria trazer uma inovação que fosse mais barata e conseguir atingir todo o povo. Poder participar ativamente e entregar algo de diferente para a comunidade é enriquecedor”.

Xpellis (projeto vencedor) de Luís Bortolli e Iorrane Couto Fernandes.

O projeto Muongrafia apresentou uma possibilidade de mapeamento não-invasivo de estruturas naturais e construções. Feito por estudantes da Física, os membros do grupo destacam a importância da USP na inovação. “Ela tem um forte papel de fomento à pesquisa, além de possibilitar o encontro da pesquisa com o empreendedorismo em espaços como o Inova USP. Projetos como esse [Desafio GRIDX] abrem as portas pra gente começar a pensar nisso. Já temos pesquisadores muito bem capacitados, com esse tipo de programa e outros incentivos, cria-se uma porta de entrada pra gente sair da teoria e colocar na prática, realmente mudar as coisas”.

Já o projeto H2VA se insere no projeto global de transição energética, sendo uma Deep Tech voltada à consultoria e implementação de tecnologias de produção de aço verde. Thiago Giancoli Berto fala um pouco sobre a inovação e empreendedorismo em setores mais pesados e tradicionais da economia. “É um tipo de inovação mais difícil, porque é o investimento é muito mais alto, o risco é muito e tempo da ciência é mais longo. Para se desenvolver uma descoberta científica é necessário investimento pesado e anos de pesquisa e experimentações”. Quanto aos desenvolvimentos na área da transição energética, células combustíveis se destacam. “Já é algo antigo, uma solução já consagrada. Ela vem sendo pensada é para para transporte, tanto leve quanto pesado, mas pode ser aplicada a qualquer máquina. Se há um motor enfim que que exige a propulsão, ela pode ser adaptada para célula combustível. Até mesmo existem projetos de smartphones que utilizam células combustíveis portáteis. Digamos então o campo é bastante amplo”.

O desafio teve como objetivo reunir pessoas que têm ideias e que não têm ideias para trabalharem juntas. Fomentando o espírito empreendedor e reconhecendo alguns projetos já em andamento de estudantes da universidade, iniciativas como o Desafio GRIDX são importantes para a formação de uma nova geração de líderes e inovadores.

 

Paloma Saliba