Saiba o que aconteceu na Semana Global do Empreendedorismo 2023 na USP.

Contando com atividades presenciais em diversos campi da USP e webinares, o evento possibilitou trocas entre estudantes, docentes, empresas e profissionais.

Entre os dias 13 e 18 de novembro de 2023, a USP foi incluída na Semana Global do Empreendedorismo (SGE), organizada pela Global Enterpreneurship Network (GEN). Essa iniciativa faz parte de rede internacional de eventos voltados à temática empreendedora, organizados por diferentes entidades estudantis e universidades ao redor do mundo. Na USP, a SGE contou com atividades presenciais em diversos campi da USP e webinares, que integrados permitiram a integração entre diferentes setores empreendedores e inovadores.

Abertura da SGE 2023 pelo Prof. Luiz Henrique Catalani, Coordenador da AUSPIN.

No campus Butantã, a SGE teve como pontapé (seu início) a  Impactus – 1ª Feira de Impacto Social da USP, promovida pela FEA Social na FEA USP. A feira ocorreu nos dias 13 e 14 de novembro, das 11 às 19 horas, com o objetivo trazer o ecossistema de impacto para a universidade, promovendo workshops, palestras, estudos de casos e até mesmo um espaço dedicado às organizações. No dia 18 de novembro ocorreu no Inova USP o eLab Start, voltado para a inovação e empreendedorismo tecnológico. O evento teve palestras, sessões de networking e competição de pitchs, além de estandes onde organizações inovadoras, possibilitando seu contato com o ambiente universitário e vice-versa. Durante a semana ocorreu também o Desafio GRIDX, com uma gama de atividades voltadas ao desenvolvimento e apresentação de projetos inovadores de estudantes.

Houve na USP Leste nos dias 13, 14 e 16 de novembro o evento G.A. na prática, promovido pela Empresa Júnior de Gestão Ambiental (G.A. Jr). Com painéis híbridos (online e presencial) de diversos palestrantes do ramo de Gestão Ambiental, o G.A. na prática visou apresentar variadas ações e entendimentos acerca do desenvolvimento ambientalmente sustentável.

Já no campus Lorena, o Núcleo de Empreendedorismo da EEL – USP (EmprEEL) organizou um cronograma amplo. Nos dias 13 e 14, a EmprEEL participou da programação da Rádio Metropolitana para discutir empreendedorismo. Já nos dias 15 e 16, foram realizadas lives com os temas, respectivos, de “Empreendendo na Universidade” e “Oratória”. A semana terminou com a roda de conversa das ligas de empreendedorismo, com  o tema “Qual o papel das ligas de empreendedorismo na formação do jovem”.

Francisco Javier Salvatelli, Brasil Manager at GRIDX.

Durante a SGE, também foram realizados múltiplos webinares pela AUSPIN no canal de Youtube da agência. No dia 13, foram realizados o webinar de abertura da SGE e o webinar Orientando pesquisadores empreendedores: por onde começar? com a Profª Liliam Carrete, Marcelo Pedroso (professor da FEA -USP) e Rafael Alaiti (cientista empreendedor, CEO da Tato). No dia seguinte, 14/11, foram transmitidos os webinares  #MadeAtUSP: Empreendedores e startups que surgiram dentro da universidade, com Lucas Koren (CEO da IMBR Agro), Mariana Mantovani (CEO da Aurhora) e Bruno Brigida (representante do CIETEC), e Como preparar startups de base tecnológica para atuar globalmente com a participação de André Palma, Patrícia Leomil e Profª Liliam Carrete. Já no dia 16 ocorreram os webinares Como se preparar para a Captação de um Investidor Anjo, com Cassio Spina (fundador da Anjos do Brasil) e Hugo Vivas (representante da FEA Angels), e Casos de Sucesso, com estudantes contemplados pelos programas da USP: Albert Shoji (fundador da MIRUS, startup vencedora do Pitching Competition São Paulo 2023 e ganhou uma bolsa de 4 meses de aceleração no programa da START Global Fellowship na Suíça) e Adriana Cardoso (contemplada pelo programa Bolsa Empreendedorismo 2023, com a startup Neuropsi).

 

Prêmio Empreendedor USP 2023

Apresentações no prédio do InovaUSP, campus capital da USP.

No dia 17 de novembro, ocorreu no INOVA USP o  Prêmio Empreendedor USP 2023. Com as apresentações de cinco projetos de empreendedores egressos da universidade e de um amplo painel de jurados, a cerimônia teve três participantes premiados. O Prêmio Empreendedor USP é uma iniciativa da universidade, por intermédio da Agência USP de Inovação (AUSPIN), para reconhecer ex-alunos com empresas emergentes com um ou mais produtos inovadores, um modelo de negócios economicamente sustentável e que esteja relacionado a um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (“ODS”).

As empresas participantes foram: a Fisioatual, que pesquisa e desenvolve soluções baseadas na massificação de sensores e gamificação para facilitar a reabilitação motora; a ZKMshop, especializada desmontagem técnica de veículos e comércio e reciclagem de suas peças; a Tato, uma HealthTech voltada para o tratamento fisioterápico da dor musculoesquelética via teleatendimento; a SagaPro, EdTech voltada ao bem-estar e o desempenho acadêmico de alunos e professores; a PoliPlugs, que desenvolve vedações para reservatórios de petróleo com rochas sintéticas personalizadas para características petrofísicas e químicas do Pré-Sal. Foram premiadas com o Prêmio Empreendedor USP 2023 a PoliPlugs, em 3o lugar, a SagaPro, em 2o lugar e a Tato, em 1o lugar.

Jhonatan Arismendi, criador da PoliPlugs, explicou um pouco como é inovar em uma área industrial pesada e tradicional. “ É um Desafio muito complexo, que manda amplo desenvolvimento de ciência e tecnologia, mas não é impossível. Às vezes você precisa encontrar esses melhores caminhos, seja com parceiros tecnológicos, seja com parceiros de laboratório”. Ele destaca a importância da USP e sua trajetória, sobretudo a infraestrutura e investimentos que a universidade destina à inovação. “Esse movimento de pesquisa vai permitir que se aprimore a parte intelectual, mas também aprimore e fomente empresas e indústrias que possam atender ao setor do petróleo”.

O Diretor Executivo da SagaPro, Phelipe Braga, fala um pouco do que o inspirou a criar a empresa. “Eu já atuei como professor, então eu sei os problemas que a gente vê na educação. Pessoas que sofrem de ansiedade, de depressão e, infelizmente, de ideação suicida não podem ser deixadas para trás. Como professor, meu objetivo é fazer com que os estudantes consigam ter condições psicológicas, um bem-estar elevado, durante o processo educativo e chegar no mercado de trabalho com inteligência emocional para lidar com todas as problemáticas que vão surgindo”.

Participantes e jurados.

Já Rafael Alaiti, CEO da Tato, revela algumas dificuldades para o tratamento da dor no Brasil. “A dor é tratada [por profissionais e pelo senso comum] como sinal de dano tecidual, sendo que desde 2020 se entende a dor crônica como uma doença, muito associada a alterações no sistema nervoso. Esse entendimento inadequado faz parte do problema. Outra problemática envolve a trajetória desses desses pacientes com dor crônica no sistema de saúde. Tanto o sistema público quanto o privado não estão preparados para dar uma trajetória adequada de cuidado, então esses pacientes acabam evoluindo para uma escala de intervenções, que muitas vezes acaba em cirurgia ou aposentadoria”. Quanto ao papel da inovação na saúde, Alaiti diz: “O que me incomodou muito ao longo do tempo foi perceber que muitas pesquisas de qualidade paravam na universidade, que isso não era transpassado para o mundo real. Eu vejo que a inovação, principalmente na ciência da implementação, tem um papel fundamental em trazer o que a gente já sabe que funciona para prática clínica”.

 

Paloma Saliba