A participação das mulheres no universo da inovação e do empreendedorismo

Indo além de uma data comemorativa, o Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente no dia 08 de março, traz consigo uma série de reflexões sobre a constante luta das mulheres por direitos básicos ao longo dos séculos que permanece nos dias atuais, com uma busca por espaço, equidade e oportunidades em locais de extrema desigualdade. Mas como é o cenário atual da participação das mulheres no universo da inovação e do empreendedorismo?

Segundo dados da pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM) em parceria com o Sebrae, com base em um total de 52 milhões de empreendedores, o Brasil é o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras, alcançando a marca de 30 milhões. 

Ainda sim, mesmo com tamanha expressividade, os relatos de dificuldades para conseguir investimentos, o enfrentamento do preconceito e a falta de incentivo são extremamente frequentes, deixando explícito a necessidade de uma mudança de postura e um novo olhar para o empreendedorismo feminino.

No que diz respeito ao desempenho das mulheres tanto ao inovar quanto ao empreender, é inegável a capacidade e a importância das mesmas nesses cenários. Uma pesquisa realizada pelo Sebrae juntamente com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou maior agilidade das mulheres ao incorporar inovações em seus negócios em comparação com os homens, tanto com o uso das redes sociais e aplicativos para vender seus produtos como a adoção de delivery.

Assim, mesmo com os enormes desafios encontrados diariamente pelas mulheres que fazem parte desse mercado, muitas alcançam posições de destaque graças ao seu talento e competência, abrindo o caminho para a próxima geração de mulheres inovadoras, como por exemplo:

  • Luiza Helena Trajano: Empresária à frente do comando da rede de lojas Magazine Luiza, Helena apresentou para o país um modelo inovador de negócios de marketplace, fazendo com que sua holding atingisse um valor de mercado superior ao de 150 bilhões de reais no ano de 2021.
  • Cristina Junqueira: Sendo a única mulher entre os 16 fundadores das startups unicórnios brasileiras, Cristina Junqueira estudou Engenharia de Produção na Universidade de São Paulo e é co-fundadora da Nubank, uma empresa com mais de 48 milhões de clientes, US$ 37,7 bilhões em valor de mercado e um case de sucesso, oferecendo praticidade e facilidade no setor financeiro.
  • Helena Faccioli: Atuante há 20 anos na área da ciência e Doutora pela  Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), Helena é fundadora da startup Farmacore, que desenvolveu a vacina Versamune contra a Covid-19, além de ter liderado os projetos do Centro de Pesquisas da Tuberculose da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP).
  • Renata Bonaldi: Com mais de 15 anos de atuação nas áreas de tecnologia e inovação, Renata Bonaldi é co-fundadora e CEO da startup SleepUp, uma plataforma de atendimento remoto e personalizado para pacientes com insônia, apresentando uma inovação no mercado.

Com isso, observa-se até mesmo dentro da própria Universidade de São Paulo a eficiência das mulheres e o destaque no que se refere à inovação. Um bom exemplo deste cenário é a empresa de biotecnologia ImunoTera, um grupo fundado por três pesquisadoras da USP que inclusive desenvolveram um tratamento contra o câncer induzido pelo HPV. 

 

Por: Geovanna Moraes