Big Bang: Núcleo de Empreendedorismo da USP (NEU)

“O empreendedorismo é uma carreira possível a ser seguida. No nosso programa, acreditamos que precisamos proporcionar um ambiente vibrante para os nossos alunos para mostrar de fato que o empreendedorismo é uma carreira possível” – Geraldo Sousa.

(imagem: Gabrielly Borges)

Inspiração, capacitação e conexão. Para o Núcleo de Empreendedorismo da USP, essas três palavras carregam um significado maior: a essência de uma equipe que pensa grande e não exita em inspirar pessoas, capacitá-las e enfim, conectá-las no mundo vibrante das empresas.

O NEU é um time multidisciplinar, formado por alunos tanto da graduação como da pós-graduação da USP, professores e pesquisadores. Seu espaço é financiado pelos rendimentos do Amigos da Poli, um fundo patrimonial feito de doações de ex-alunos da faculdade.

Não é um núcleo restrito para alunos da Escola Politécnica (Poli), uma vez que possui membros de outras instituições, entre elas a Faculdade de Economia e Administração (FEA), a Escola de Artes e Ciências Humanas (EACH), e a Faculdade de Direito do Largo São Francisco (SanFran). O núcleo possui mais de 100 startups em sua rede e uma média de 2 mil alunos impactados em seus eventos.

A Agência USP de Inovação visitou o Núcleo de Empreendedorismo da USP para conhecer a dinâmica do projeto e entender quais são as motivações e objetivos dentro da universidade.

(imagem: Gabrielly Borges)

Em entrevista, Caio Teixeira, aluno da graduação de Engenharia Elétrica e membro do núcleo, contou sobre como o grupo surgiu: “O NEU surgiu da união de duas iniciativas que já existiam na USP: a Rede USP de Novos Negócios e o Centro Minerva de Empreendedorismo. Juntando esses interesses em comum sobre empreendedorismo, surgiu o NEU. Isso se deve ao nosso coordenador hoje, o Artur Vilas Boas, que está desde o começo em 2010, quando realmente surgiu o nome ‘NEU’”.

Geraldo Sousa, aluno da graduação de Engenharia de Produção e também membro do núcleo, falou sobre o que o NEU acredita e enxerga: “Não necessariamente precisamos mostrar para o mundo o que fazemos. Sabemos que as pequenas ações que desenvolvemos podem se tornar gigantes perante ao impacto que queremos causar para os nossos alunos, nossos usuários”.

Programas do NEU

(imagem: Gabrielly Borges)

O núcleo possui alguns projetos, são eles: o Curso NEU, o StartupLab e o StartupShip. “O StartupLab é a base do NEU. Ele é um programa de pré-aceleração de startups, em que qualquer aluno USP que tiver uma ideia e quiser transformá-la em uma startup, a gente vai ajudar. Ajudamos com ferramentas, conexões, mentorias, a fim de alavancar as startups. Temos alguns cases de sucesso. Seis ou sete startups já saíram de dentro do nosso programa, e é o que queremos fazer aqui dentro da universidade” explicou Caio.

O StartupShip é um programa de conexão para alunos estagiarem em startups. “Acreditamos que qualquer aluno que vá trabalhar em uma startup vai ter uma experiência empreendedora que pode gerar um ‘click’ na cabeça dele para que ele possa empreender um dia” completou. O grande diferencial desse projeto é que, ao estagiar em uma startup, acredita-se que o aluno terá mais autonomia e ter sua voz mais ouvida.

O outro programa, Curso NEU, foi uma iniciativa do Artur Vilas Boas, que criou um curso de criação de startups. “O Curso NEU se expandiu em cinco cursos que envolvem a temática de empreendedorismo” disse Caio.

“O StartupLab e o StartupShip são o nosso core. O core de existirmos, de estarmos aqui” disse Geraldo. Além desses programas, o NEU possui um e-book totalmente gratuito. Uma maneira mais acessível e uma forma de expandir os conhecimentos para além da USP.

Parcerias e eventos

(imagem: Gabrielly Borges)

As parcerias do núcleo são fundamentais para a criação dos eventos de capacitação que são feitos. Existem, na USP, tanto parcerias internas quanto externas. O NEU faz parcerias, também, com outros institutos e até outras instituições.

Um exemplo é o Treinamento de Novos Piratas. “Consiste em um curso de capacitação com a duração de quatro sábados, em que o aluno vai ter contato com áreas empresariais. E são startups parceiras que vêm contribuir com os nossos alunos, dar aulas e falar sobre o mercado. Isso reside muito no que acreditamos, ao mesmo tempo que é inspirador ver uma startup que realiza e existe, é uma oportunidade de capacitar o aluno e talvez até conectá-lo a um estágio” explicou Geraldo.

Segundo Caio, as parcerias apenas somam, especialmente quando compreendem o caminho que foi seguido. Dentro do NEU, isso funciona de forma cíclica. Quando uma startup apoiada pelo núcleo entra no mercado, ela é conectada aos programas de capacitação, a fim de ajudar os alunos. “Trazemos contatos como o co-fundador da 99 e da Yellow, o Renato Freitas, que estudou aqui na Poli”.

“Geração DIY” e futuro

“Aqui tentamos dar autonomia e liberdade para os alunos criarem seus projetos. O InovaLab proporciona isso. Temos impressoras 3D, mesas para reunião, televisões para reunião. Tentamos estimular as pessoas, damos as ferramentas para fazer isso dentro da universidade, para criar um novo negócio” diz Caio.

O Espaço InovaLab foi cedido para o NEU utilizar. Iniciativa do professor Eduardo Zancul, professor na Engenharia de Produção Poli-USP, que deixou que o núcleo utilizasse o espaço e assim crescesse cada vez mais.

(imagem: Gabrielly Borges)

O NEU e seus membros não sonham baixo. Para o fim de 2019, pretendem fazer  uma maratona de projetos de negócios chamada “Ser Empreendedor”, intensificar o programa de pré-aceleração, dando apoio a mais equipes, fazer mais conexões, promover hackathons, e aumentar o ecossistema de startups.

Para o futuro, os membros almejam que o NEU cresça dentro de São Paulo e no Brasil. “Eu penso muito alto. Chego a sentir um arrepio quando penso daqui 10 anos. Queremos fazer eventos gigantes que o mundo inteiro venha ver, e queremos ser o mais acessível para todos, porque não queremos tirar o conhecimento de ninguém” disse Caio.

Por Mariana Arrudas e Gabrielly Borges

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