SciBiz 2025 sedia 1º USP Startup Innovation Challenge

Desafio para empresas com DNA USP busca apoiar deep techs com alto grau de impacto

Jurados e Gestores de Inovação e Empreendedores PGI/AUSPIN/USP – Foto: Catarina Dutra/AUSPIN

O USP Startup Innovation Challenge foi realizado, pela primeira vez, durante a 8ª edição do SciBiz Conference 2025, no Centro de Difusão Internacional (CDI). Nos três dias de evento, startups deep techs apresentaram seus produtos ou serviços, de diferentes áreas do conhecimento, para o público presente.

O desafio foi criado com o objetivo de mapear e apoiar startups que desenvolvem tecnologias disruptivas, focadas em soluções complexas e com alto potencial de impacto e escalabilidade. A iniciativa também ofereceu a chance das empresas se conectarem com o USP Innovation Endowment Fund e ampliarem sua visibilidade para investidores e instituições do Brasil e do mundo.

A competição era exclusiva para startups com DNA USP, marca criada para identificar empresas criadas por alunos, egressos, pesquisadores, docentes ou servidores técnicos-administrativos da universidade ou que passaram por processos de incubação ou aceleração na USP.

Foto: AUSPIN

Soluções

A primeira apresentação foi da OptikAI, que desenvolveu um dispositivo eletrônico que usa luz e Inteligência Artificial para analisar a cor de grãos de café, com o objetivo de oferecer uma avaliação de qualidade sensorial. Em seguida, foi a vez da SmartMIP, empresa que oferece insumos biológicos para o Manejo Integrado de Pragas (MIP) em culturas de citros, algodão, soja, milho, entre outras.

Outras soluções para a agricultura foram apresentadas pelas empresas Bispora, que criou três plataformas integradas para gerar uma bioeconomia circular e diminuir o desperdício de alimentos e o descarte irregular de resíduos; e MicroGene, produtora de bioinsumos a base de microrganismos.

A IVG Tech apresentou suas tecnologias de cultivo in vitro e edição gênica de plantas para o problema da falta de mudas para reflorestamento no Brasil, enquanto a startup daNatureza exibiu vasos, tubetes e caixas de cosméticos sustentáveis, feitos de galhos e folhas oriundos das podas de árvores. Já a SamaúmaBR produz biosurfactantes que substituem os convencionais, presentes em detergentes e shampoos, responsáveis pela contaminação de rios. Para o problema da poluição do ar e da liberação de gases de efeito estufa por veículos pesados movidos a óleo diesel, a XIELD Clean mostrou sua solução de produção de hidrogênio verde onboard pela reforma de etanol.

A Saveadd apresentou sua plataforma de gestão de estoques para redução de perdas em pequenas empresas. Outra empresa que ofereceu soluções para a indústria foi a Minerva Controls, que desenvolve Digital Twins Dinâmicos — réplica digital de um equipamento ou sistema para reproduzir o seu comportamento — utilizados para simulação e otimização de processos.

A SamaúmaBR está localizada na cidade de Ribeirão Preto – Foto: AUSPIN

Aplicativos foram desenvolvidos pelas startups: Sign Link, para educação em línguas de sinais; Nexus Skill, para aprimoramento de soft skills; Kander, para oferecer cursos de formação profissional ministrados por mestres e doutores e a OpenpblAI, para a requalificação de trabalhadores, devido ao grande acúmulo tecnológico, por meio da teoria PBL (Problem Based Learning), uma aprendizagem ativa através de debates.

O uso de plataformas para solucionar problemas na área da saúde foi a escolha da TechTrials, que desenvolveu uma plataforma de integração e análise de dados de diferentes fontes para o fornecimento de insights sobre os pacientes e da Milie Mind, cuja solução digitaliza protocolos de pacientes que estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e gera relatórios automatizados.

As duas últimas empresas apresentaram inovações biológicas. A Biolinker realiza a síntese de proteínas sob demanda e serviços para produção e purificação de proteínas recombinantes. Já a TissueLabs oferece uma bioimpressora econômica, que elimina a necessidade de configurações complexas e biomateriais específicos para tecidos — a bioimpressão 3D caracteriza-se pela necessidade de deposição de materiais biológicos e células vivas para produzir estruturas complexas semelhantes a tecidos. A startup visa resolver o desafio dos testes de drogas em animais, que podem ser aprovadas, mas serem tóxicas quando utilizadas em seres humanos.

Premiação

As startups tinham 4 minutos para o pitch e 3 minutos reservados para perguntas dos jurados. Elas também foram divididas de acordo com seu TRL (Technology Readiness Level ou Nível de Maturidade Tecnológica), em menores ou igual a 6 e maiores ou igual a 7. Na primeira categoria, a vencedora foi a Sign Link; na segunda, a Tissue Labs.

A startups também concorreram a premiação geral do evento, o Prêmio SciBiz 2025. O terceiro, segundo e primeiro lugar foram, respectivamente, a TissueLabs, TechTrials e Biolinker.

 

Por Julia Martins*

*Estagiário sob supervisão de Ronaldo Nina

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