USP desenvolve primeiro kit capaz de medir a quantidade de ferro presente em nanopartículas

O uso de nanopartículas na medicina, tanto no tratamento quanto para diagnóstico, tem sido recorrente ao redor do mundo. Na Europa e Estados Unidos a tecnologia é utilizada como constraste em exames de ressonância magnética.

Apesar de apresentar um desenvolvimento tardio em relação a estes países, o Brasil apresenta grande avanço científico com a criação do “Kit para Determinação Calorimétrica de Ferro”, desenvolvido pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ).

O Laboratório do IQ, no qual trabalham as duas pesquisadoras chefes do projeto, Mayara Klimuk e Daiana Kotra Deda, tem utilizado nanopartículas formadas por dióxido de ferro.

A medição de ferro no corpo humano é de extrema importância para a ciência. A falta da substância pode apresentar um quadro de anemia, que pode levar a glicemia e outras complicações.

De acordo com a pesquisadora, o laboratório estaria criando uma partícula que funcionaria como uma “droga eficiente”.  “A ideia é que os tumores pequenos que não aparecem na imagem de ressonâncias, possam ser identificados a partir do acúmulo das nanopartículas na região. Conseguir fazer essa dosagem de ferro é muito importante” afirma.

Outras inovações do “Kit”

Além de promover a medição em nanopartículas a inovação também permite a detecção de ferro em tecidos, algo que os atuais “kits” presentes no mercado não atingem. “Existe um preparo da amostra para conseguir extrair o ferro, seja ele dentro de nanopartículas, na fórmula iônica ou molecular” conclui Mayara Klimuk.

O “Kit” é formado por diversas etapas. A primeira envolve um agente de lise que promove a primeira quebra macroscópica da molécula. Depois, a substância é submetida a uma digestão ácida, sob aquecimento  durante algumas horas. De acordo com a pesquisadora, as próximas etapas são parecidas com os “Kits” já desenvolvidos.

A inovação ainda está em fase de protótipo, protegida sob a patente nº:BR 102018000665-7, sendo necessário outros testes para ser colocada no mercado. O objetivo é que a tecnologia possa ser usada pela medicina – para diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças – além de seu uso em pesquisa laboratorial.

 

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