Prêmio Jovem Cientista valoriza pesquisa de alunos da USP

Prêmio do CNPq busca revelar novos talentos na ciência; inscrições podem ser feitas até 31 de julho

(Da esq. p/ dir.) A reitora da Universidade Federal de Santa Catarina, Roselane Neckel; o presidente do CNPq, Hernan Chaimovich; o professor Franco Maria Lajolo; as estudantes Joana Meneguzzo Pasquali e Camila Maranha Paes de Carvalho, duas das ganhadoras, e, no vídeo, a pesquisadora Bárbara Rita Cardoso, da USP, na entrega do prêmio em 2015- Foto: Divulgação CNPq

Débora Duarte Macéa passava a maior parte de seus dias na comunidade Vila Dalva, em São Paulo, dez anos atrás. Ela cursava Fisioterapia na USP e atuava em um projeto no qual os jovens da região recebiam capacitação de universitários para difundir em suas comunidades informações sobre prevenção e cuidados com a saúde. A ação, chamada de Jovem Doutor, era coordenada pela Liga de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Em uma dessas idas à comunidade, Débora recebeu um telefonema que iria mudar sua vida acadêmica: havia ganhado o Prêmio Jovem Cientista 2008, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). “Eu estava no ônibus quando recebi a ligação, comecei a chorar, não acreditava que ia conseguir.”

Débora Duarte Macéa, vencedora do prêmio em 2008 – Foto: Arquivo Pessoal

O projeto vencedor funcionava no âmbito da teleducação interativa. Os alunos iam à comunidade, identificavam os problemas e tentavam resolvê-los, e os moradores da região participavam das decisões de forma ativa.

“Esses módulos funcionavam como disciplinas para ensinarmos às crianças, utilizando recursos da telemedicina. Elas eram as responsáveis por difundir o conhecimento. No final, a mudança acontecia de baixo para cima.”

Foi o orientador da fisioterapeuta, o professor Chao Lung Wen, da FMUSP, que a estimulou inscrever o projeto no Prêmio Jovem Cientista. Depois disso, a própria telemedicina recebeu mais visibilidade dentro da faculdade, foram feitos mais módulos para as crianças e em um formato mais tecnológico.

Com o dinheiro recebido do prêmio Jovem Cientista, Débora desenvolveu pesquisa em Neurofisiologia, nos Estados Unidos. Depois voltou ao Brasil e, hoje, trabalha como fisioterapeuta. “Na época, estava desestimulada, o meio acadêmico tem muita competitividade. Foi muito bom receber o prêmio para que eu pudesse ver que estava no caminho certo e me animar novamente.”

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