Novo condicionador ácido contribui para protocolo adesivo odontológico

EGCG e Quitosana foram utilizados para tornar a restauração odontológica um procedimento mais eficiente na dentina

 

O protocolo adesivo de resina composta era efetivo em algumas camadas dentárias. Porém, na dentina, um tecido abaixo do esmalte, o processo não se mostrava eficiente.

A pouca longevidade da restauração se deve ao fato de que as fibras colágenas eram degradadas pelas metaloproteinases, sendo necessário diminuir a ativação delas dentro da cavidade bucal.

Lourenço de Moraes desenvolveu junto a Regina Guenka, professora da Faculdade de Odontologia de Ribeirão-Preto (FORP-USP), um condicionador ácido que facilita a restauração dentro da dentina. A invenção misturou os agentes naturais – Quitosana e Epigalocatequina-3-galato (EGCG) – com ácido fosfórico 35%.

“O nosso intuito era diminuir a ativação das metaloproteinases da matriz e reforçar as propriedades mecânicas dessas fibras colágenas para fazer com que esse material restaurador fique mais tempo aderido na cavidade bucal”, afirmou Lourenço de Moraes sobre a sua tese de doutorado.

Além de minimizarem o efeito das metaloproteinases, os agentes naturais têm propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias, mineralizadoras, de regeneração tecidual e baixa toxicidade. Todas essas características influenciam para que o novo condicionador diminua o efeito das metaloproteinases, aumentando assim, a longevidade das fibras colágenas e, logo, do protocolo adesivo.

 

Testes laboratoriais

Imagem representativa do produto. (Foto: Reprodução)

Para avaliar a eficiência do condicionador ácido, comparou-se, em uma dentina saudável, a aplicação do processo disponível no mercado e, um outro, com a atual invenção.

Em uma avaliação anual, os pesquisadores perceberam que o condicionador ácido contribui para fortalecer as fibras colágenas, diminuindo com isso a ação das metaloproteinases.

“Com o passar dos anos, a gente viu que a ativação das metaloproteinases foram diminuindo, chegaram ao mais perto que é uma dentina sem tratamento”, revelou Lourenço de Moraes. “Também, manteve os índices elevados da aplicação, tanto em questão de microdureza quanto na resistência à adesão”, adicionou.

Agora, os pesquisadores vão avaliar como o condicionador se comportar em uma dentina ácida, que sofreu um processo carioso ou erosivo. O protocolo adesivo costuma ser necessário em ambientes em que o dente se encontra desmineralizado, então, o próximo teste é extremamente importante para o produto final.

A invenção da Faculdade de Odontologia de Ribeirão-Preto (FORP-USP) foi recentemente patenteada pela Agência USP de Inovação, sob o número BR102018005634-4.