Imunossensor mede com maior precisão hormônio relacionado ao sistema imunológico

Usando anticorpos, o novo método de quantificação é mais rápido

Pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), desenvolveram um imunossensor capaz de medir com maior precisão e rapidez a quantidade de melatonina no corpo. Criado em conjunto com a professora Regina Pekelmann Markus, do Instituto de Biologia (IB-USP), o projeto facilita o diagnóstico do médico, utilizando anticorpos no processo de detecção.

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo humano que está relacionado com a regulação do metabolismo ao longo do dia, seja enquanto está dormindo ou acordado. Ele também é responsável pela indução do sono, sendo que sua concentração no corpo é maior quando está escuro.

Recentemente, diversos estudos da pesquisadora, revelaram que a melatonina estava ligada ao sistema imune, e que a concentração do hormônio estaria relacionado ao desenvolvimento de diversas doenças, como por exemplo, diabetes e câncer.

Com a descoberta desta relação, a frequência do teste é maior e aumenta necessidade por uma quantificação mais rápida. O novo método é cerca de seis vezes mais barato que o antigo, podendo ser mais acessível para a sociedade.

O teste, por ser mais barato, poderá ser mais utilizado pelas clínicas (Foto: Divulgação/IFSC)

“Através do preço mais baixo e da facilidade de se trabalhar com um teste mais simples, os testes podem ser mais difundidos, o que ajuda uma grande variedade de doenças que estão relacionadas com a melatonina”, afirmou a pesquisadora Laís Brazaca.

O novo e o antigo

O método de ELISA (do inglês “Enzyme Linked ImmunoSorbent Assay), modo como se costuma a medir a melatonina, demora cerca de 4 à 6 horas para fornecer o resultado. A técnica também exige que o profissional fique cerca de uma hora e meia trabalhando, principalmente para distribuir a amostra para a placa contendo os 96 “pózinhos”.

“No método de ELISA, existe muitas etapas, e para cada uma delas você tem um tempo de incubação, lavagens e usa muita reagente”, afirmou Laís Brazaca. “No novo método, já temos um sensor pronto, colocamos ele dentro da amostra, aguardamos uma hora e meia e não precisa mexer em nada, o teste está pronto”, concluiu. O Immunosensor usa de duas técnicas similares para conseguir as medidas: Espectroscopia de Impedância Eletroquímica (EIS) e Volumetria Cíclica (VC).

No primeiro, se analisa como a substância em cima do eletrodo responde em termos de transferência de carga, medindo se é menos ou mais resistente. Se o íon tiver maior dificuldade para chegar na superfície do eletrodo, ele terá maior concentração de melatonina e vice-versa.

O Imunossensor utiliza de duas técnicas similares para obter os resultados (Foto: Divulgação/IFSC)

O VC funciona de forma semelhante porém faz a quantificação com base na oxidação dos compostos. Caso exista a amostra tenha facilidade em chegar no composto ela possui um maior nível de oxidação, o que indica uma menor melatonina.

A metodologia montou um sistema mais rápido de obter resultados clínicos sobre o hormônio, sendo capaz, assim, uma maior difusão do teste.

“Se temos um teste mais acessível, se as pessoas conseguem ver com mais frequência se elas tem alteração ou não neste hormônio, fica mais fácil do médico saber se tem algum problema com a pessoa. Seria um indicador da saúde da pessoa”, finalizou Laís Brazaca.

 

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