O que significa Empresa Júnior?

(imagem: Gabrielly Borges)

“Você faz coisas que você nunca imaginou que iria fazer. Além disso, criamos conexões. Conexões com pessoas que estão ao seu redor, e com pessoas de fora. Você conhece pessoas que nunca imaginou, cria laços, e isso te faz crescer tanto profissionalmente quanto pessoalmente. O tanto que eu cresci desde que entrei aqui é indescritível” 

Laura Paes, presidente da EJAV. 

Ao entrar na faculdade, muitos não fazem ideia de que é possível aprender sobre gestão, empreendedorismo e inovação em qualquer curso. As empresas juniores vem para mostrar que não é apenas possível, como é muito enriquecedor também.

E é exatamente essa postura empreendedora do que a Ejavox, mascote da EJAV (Empresa Júnior de Assistência Veterinária), está segurando, que os estudantes aprendem ao mergulhar nesse mundo de EJs. 

O Movimento das Empresas Juniores (MEJ) surgiu em 1967 na França e veio para o Brasil em 1988. Atualmente, em todo o território nacional, existem mais de 600 EJs e atuando nelas, mais de 20 mil empresários juniores. 

“Desde que me envolvi bastante no Movimento, sinto que aqui construímos pessoas melhores, para construir um país melhor. Pessoas mais éticas, mais colaborativas, mais competitivas, mas não no sentido só de competição como uma ‘richa’, mas no competitivo de oferecer melhores serviços. Uma frase que eu gosto muito é que só não temos um presidente que saiu do MEJ porque ainda não deu tempo, mas vamos ter e o país vai ser muito melhor por isso” disse Laura Paes, aluna da graduação de Medicina Veterinária, sobre o Movimento. 

No Brasil, as empresas juniores são representadas pela Brasil Júnior, que é a Confederação Brasileira de Empresas Juniores, a fim de impulsionar a vivência empresarial e legitimá-las na sociedade. Além da Brasil Júnior, nos estados existem as federações, que são portas para as EJs potencializarem seu crescimento.

E essa rede gigante de estudantes tem uma missão muito maior que seus números: a vontade de mudar o país, através da sua profissão, de construir projetos que possam retribuir para a sociedade pela oportunidade de estar num ensino superior.  Em todo o Brasil existem 859 Empresas Juniores catalogadas pela Brasil Júnior e apresentadas em seu site. Dessas mais de 800 EJs, 118 são de São Paulo, federadas pela FEJESP, a Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo. 

“A principal importância de se fazer parte do MEJ para uma EJ é que além de estarmos conectados com outras EJs existe um senso de pertencimento muito grande, o que mexe com pessoas que estão participando da Empresa Júnior, mas também com a empresa inteira. Depois que a EJAV entrou no processo de federação, a Empresa se transformou quase que por completo, por causa de toda a ajuda da Federação e do próprio núcleo, pois todos crescemos juntos” completou Júlia Jacovis Soares, colaboradora da vice-presidência da EJAV e também aluna da graduação de Medicina Veterinária. 

Para conseguir se manter e investir na estrutura da empresa, as EJs prestam serviços e fazem projetos para clientes, com preços consideravelmente abaixo dos preços de mercado mas sempre prometendo uma qualidade de ponta, como reflexo das suas universidades. 

Seja nas áreas das engenharias, economia, ciência, natureza ou até mesmo de humanas, os empresários juniores estão sempre prontos a aprender mais sobre o empreendedorismo e se jogar em novas experiências. Além disso, ser empresário júnior é um complemento para a graduação, mostrando na prática como a profissão que foi escolhida funciona dentro do mercado de trabalho. “A graduação em si às vezes cansa. E ter a EJAV é algo que aprendemos muito, não de um jeito igual o da graduação, que pode ser maçante às vezes. Mas de uma maneira melhor e prática” disse Carolina Ferreira Billi, assessora de Recursos Humanos da EJAV e aluna da graduação de Medicina Veterinária. 

“Permitimos a democratização do conhecimento, possibilitamos que pessoas que não tem poder aquisitivo suficiente para conseguir esse conhecimento lá de fora numa empresa pós-júnior, consiga ele e de uma forma geral movimentamos a economia de uma forma inversa” disse Júlia. 

Na Universidade de São Paulo existem EJs das mais variadas áreas. Das 37 EJs que eram nucleadas pelo Núcleo São Paulo, 20 estão presentes dentro da USP, o que gera um ambiente extremamente colaborativo e propício para o crescimento profissional e pessoal também. 

Júlia ainda falou sobre como as EJs trazem crescimento além do profissional: “A maior parte das pessoas vem pelo crescimento profissional, mas viramos profissionais melhores porque nos tornamos pessoas melhores aqui dentro. O tempo todo com todas as experiências”.

Por Gabrielly Borges e Mariana Arrudas

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