Cientistas descobrem célula que pode tratar vários tipos de câncer

Vanderson Rocha diz que a descoberta ainda é experimental e que falta um grande passo para o início do tratamento em pacientes

Foto: PDPics via Pixabay/CC0

Estudo publicado recentemente na revista Nature Immunology descobriu uma célula que pode matar diversas células cancerígenas, ao separá-las das células normais. Cientistas da Universidade de Cardiff (País de Gales) desenvolveram um novo receptor do tipo de célula do sistema imunológico, chamado CAR-T. Apesar de não ter sido testada em pacientes, a descoberta pode ser usada para o tratamento universal de câncer, revolucionando os tratamentos que existem na atualidade.

“A descoberta de um novo receptor da célula T, linfócitos que atacam células do câncer ou infecções, pode aumentar a chance de imunoterapias que possam combater o câncer. O que impressiona é que não é apenas um câncer e sim todas as suas formas”, explica Vanderson Rocha, chefe da Hematologia e Terapia Celular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em entrevista ao Jornal da USP no Ar.

A descoberta se deve ao fato de que esse novo receptor funciona como separador das células de câncer das células normais e, provavelmente, pode ser usado em imunoterapias para atacar somente as células do câncer, poupando as células normais. “Porque, de uma certa forma, geralmente o câncer tenta se expandir, misturando-se com as células normais, impossibilitando a identificação das células cancerígenas pelo sistema imunológico.”

Rocha lembra que essa descoberta ainda é experimental e que falta um grande passo para o início do tratamento com pacientes, necessitando de vários estudos para chegar à conclusão de que esse novo receptor possa ser usado em vários tipos de câncer.

Conhecidas desde o início dos anos 2000, as células CAR surgiram com a ideia de “armar” os linfócitos T com receptores para combater o câncer. Hoje, imunoterapias têm sido testadas com células CAR para tratamento de linfomas, leucemias linfoblastomas e mielomas, e cada um possui receptor específico. Estudos envolvendo essas células são feitos no HC da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo e em Ribeirão Preto. Em 2019, um homem foi tratado na USP em Ribeirão Preto e conseguiu a cura de um linfoma através de terapia inédita na América Latina.

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