Biossensor usa anticorpos para detectar hormônio associado a tumores

 – Jornal da USP

Grau de agressividade de tumores poderá ser avaliado no futuro por meio de dispositivo que quantifica o hormônio melatonina

Método mais barato para quantificar a melatonina poderá ser utilizado em pesquisas clínicas e, futuramente, em pacientes com câncer e outras doenças em que medir o nível do hormônio é importante – Foto: Divulgação IFSC

Um novo biossensor, que possibilita a detecção do hormônio melatonina, foi desenvolvido no Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do Instituto de Física de São Carlos (IFSC). Em importantes doenças tais como câncer, mal de Alzheimer, depressão e diabete, entre outras, os pacientes apresentam alterações na concentração de melatonina usual. O biossensor utiliza anticorpos para detectar o hormônio, tornando mais precisa esta identificação e facilitando o diagnóstico. Sob responsabilidade da pesquisadora Laís Brazaca e supervisionado pelo professor Valtencir Zucolotto, o projeto foi iniciado há três anos, em conjunto com a professora Regina Pekelmann Markus, do Instituto de Biociências (IB) da USP.

Os efeitos do hormônio melatonina no organismo humano são pesquisados por Regina Markus desde a década de 1990. A melatonina é comumente conhecida como o hormônio do escuro e facilitadora do sono em humanos, porém esta molécula exerce outras funções que não estão ligadas ao ciclo ambiental claro/escuro. Os estudos da docente do IB mostraram que a substância está intimamente relacionada à atuação do sistema imune.

Para desenvolver um método mais barato para quantificar a melatonina e dar continuidade às pesquisas, ela procurou a ajuda de Laís Brazaca e de Zucolotto. “Cada kit para medir melatonina custa em volta de 2 mil dólares. Então é inviável fazer esse tipo de medida em clínica, ou mesmo em pesquisa clínica”, diz Regina.

Laís Brazaca explica que, por exemplo, num processo infeccioso, não se pode ter um grau elevado de melatonina no sangue, pois as células de defesa não conseguem combater a infecção. Assim, a produção da melatonina é suprimida temporariamente, permitindo que as células de defesa atinjam os agressores. Na sequência, o ritmo normal de melatonina deve ser restaurado. Devido a este e outros processos, as concentrações de melatonina podem funcionar como uma espécie de sinalizador que indica que algo não está funcionando bem no organismo.

Neste cenário, o biossensor desenvolvido pode ter um papel muito importante, auxiliando médicos a avaliar a presença ou não de algum processo estranho ao organismo. Caso sejam detectados níveis anormais de melatonina, mais exames devem ser realizados para realizar o diagnóstico preciso.

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